Friday, August 25, 2006

Estou a deixar a “casa de bonecas”. O meu reduto. A minha fortaleza. O único espaço que foi só meu. E que geri ao sabor dos meus projectos, sonhos e caprichos.
A partir de agora, vou partilhar de novo os dias e as noites. Com o meu amor. Que já era. E por quase deixar de ser descobri a minha casa. Que já não é.
Estou cheia de nostalgia. É como se fosse a primeira vez. Esta coisa de viver a dois. Experimento um turbilhão de sensações. Excitação. Arrepios no estômago. Pulsações aceleradas. Medo. Insónias. Irritação. Mas, sobretudo, motivação. Para contrariar o cliché: um passo à frente no amor, dois passos atrás na paixão. E vontade. De não abdicar do meu espaço. Nem açambarcar o do meu amor. E esperança . De não voltar a mergulhar no marasmo. E sonhos. De ser feliz.

Monday, August 21, 2006

Carta ao meu amor

Sabes amor, hoje acordei triste. Triste, triste, triste. Tudo à volta era cinzento. Adormeci num soluço. Com a falta do teu beijo. O beijo fôfo que me dás todas as noites. A acompanhar os votos de bons sonhos. Esta noite, esqueceste-te do beijo. Não há razões para fazer dramas. Eu sei. Estavas cansado. Tiveste um dia complicado. Ainda por cima, esperaste por mim algumas horas. Estavas contrariado. Percebo tudo isso. Agora vê se me entendes... Esta manhã, não me apeteceu ir ao encontro dos teus braços escancarados. Mais, a mágoa que tinha virou raiva quando percebeu a vontade de me envolveres num abraço. Todo dengoso. Todo lânguido. Indiferente à minha sensibilidade.
Sabes amor, estou longe de ser perfeita. Quando estou magoada não consigo fazer como se nada fosse. Sempre que o faço para fora, cresce em mim uma dor galopante por dentro. Daquelas que abrem um fosso tremendo (entre nós). Por outro lado, quando reajo, reajo mal. De forma quase primária. Não consigo dosear a explosão. Ainda não aprendi a arte do disfarce. Não em matéria de amor. Não queria dizer-te o que disse. Fi-lo para vingar a minha dor pequenina. Escavei uma dor maior. Feita da minha e da tua. Sabes amor, peço desculpa...

Thursday, August 10, 2006

Faz-me acreditar


Amor, tenho medo
Muito medo
De esquecer o amor que te sinto
E perder o amor que me sentes
Muito medo
De acordar triste
E longe do encantamento
Amor, tenho medo
Muito medo
Deixa o tempo adormecer
Sem hora para despertar
Muito medo
Aperta os teus braços
À volta do meu medo
Enche-o de ti
Enche-o de ímpeto e alegria
Amor, tenho medo
Muito medo
Diz que somos eternos
Faz-me acreditar que o medo não existe.

Tuesday, August 01, 2006

Desis(ti)

Ontem
Esperei por ti a noite toda
E toda a noite
Ouvi o silêncio
Insurdecedor
Inquieto
Ingrato
Alheio à minha saudade
Alheio à minha dor
Alheio à minha necessidade
Em desepero
Odiei-te
Odiei-te
Esqueci-te.