Wednesday, March 23, 2011

Há os que coleccionam sins. Os que coleccionam nãos. Os assim-assins. Os quases. E por aí fora… Pior são os que coleccionam estupidezes. Acabo de “conhecer” um destes últimos. A caminho do metro, sou interpelada por um parvalhão com arzinho de beto tonto. Não é que o gajinho me empurra com veemência?! Dei de barato e contive o retorno. “O outro vem distraído…” desbafei para dentro, apesar da irritação. Depressa percebo que o outro não é distraído mas parvo. E a tempo inteiro. Bem à minha frente prega um grito junto ao rosto da adolescente que caminha no sentido contrário. E continua a marcha a passos largos. Sim porque, para além de parvo, é cobarde. Não se atreve a esperar pela reacção.
Ainda olhei à volta a ver se a cena estava a ser filmada. Com a proliferação de programas televisivos de terceiro escalão nunca se sabe... Não vi câmara nenhuma. E como se nada fosse, o parvalhão com pinta de beto xoninha insiste na sua implicância com o mundo e arredores. Passa o semáforo fechado aos peões e assenta uma valente palmada no homem que segue de mota. Juro que naquele momento me apetece apressar o passo e desfazê-lo ao soco. Deveras surreal. Não satisfeito ainda, três metros à frente, quase derruba uma velhota com outro encontrão. E olha-a nos olhos com a provocação de quem perdeu os mínimos. Se alguma vez os teve…
Entretanto, o número de passantes adensa e perco-o de vista. “Ao menos isso.”, concluo de mim para mim. Serve de pouco. Perco-o de vista mas segue comigo em pensamento. Como ousa aquele projecto de ser importunar quem passa? Que raio de vida infeliz a dele! Paz à sua existência…