Tuesday, June 21, 2011

O relógio marca uma hora e qualquer coisa. Já perto das duas. H&M Chiado. Primeiro dia de promoções. Calor surreal. Mar de gente. Três anéis giros quase meus. Falta pagá-los. A fila é extensa. À volta grande azáfama. Cinquenta por cento de desconto. Clientes sedentos. Empregados sem mãos a medir.
Pano de fundo trivial. A destoar, um casal de ciganos com os filhos. São duas as crianças. Correm de um lado para o outro. Sem respeito por quem lá está. Parecem possuídas. Os adultos mexem em tudo. Mas tudo. Literalmente. Ela prova um vestido sobre o que tem vestido. Outro. E outro. Põe e tira túnicas. T-shirts. Casacos. Experimenta batom, colares e vernizes. Ele acompanha-a atento. Faz sinais de aprovação. Como se fossem adquirir cada peça referenciada. Falam alto. Projectam a voz. Repreendem as crias. Avaliam os preços. Indagam os empregados. A agitação excede a normalidade. Impossível não reparar. Grande manobra de diversão. Os “actores” são péssimos. Piores a cada minuto que passa. Baralham e dão de novo. Esgotam as ideias. Denotam desespero. Mas não desmancham o boneco. O segurança mostra-se atento. Até então discreto. Agora, bastante visível.
Chega a minha vez na caixa. Pago e saio. À porta uma carrinha da PSP. Cinco agentes com cara de caso. Coincidência ou não… Desconheço o desfecho da história. 

Friday, June 17, 2011

Se o acaso segreda
Por aí não vás
Dá alguma atenção
Vai antes por acolá
Nunca se sabe, então
Se o sinal é aviso
Contra escolhas más
Segue a intuição
Questiona o senso comum
E não esqueças
A verdade vem do coração.