Tuesday, September 29, 2015



A menina de Câmara de Lobos deixa-se de merdas e reconhece a fragilidade do momento. Afinal, a euforia é irmã gémea da depressão.
Está triste. Ponto. Não adianta armar-se em alegre se os seus olhos de mar agitado estão melancólicos. Está de coração partido. Ponto. Ou talvez ponto e vírgula… Mas de pouco serve procurar amor em ocasionais abraços musculados. É iludir a cama que, logo a seguir, fica ainda mais vazia.
“A vida necessita de pausas.” A frase de Carlos Drummond de Andrade, lida por estes dias num lugar qualquer, tem agora a força de um mantra. Como se ele a tivesse escrito inspirado em Maria do Mar. Ou melhor, com o propósito de inspirá-la. Ela assim entende. E decide fazer uma viagem. A solo.

Tuesday, September 01, 2015


Por vezes, a maior parte das vezes, a dor tem de ser sentida. Não há como contornar. Podemos adiá-la, adormentá-la ou mascará-la. Mas ela continua lá. Até ser sentida, não passa.
Maria do Mar sabe que está na hora de a confrontar. Estende-lhe os braços e recebe-a. De peito aberto. Sem medo da impiedade que chega.
Do lado de fora da janela, o céu mostra-se solidário. Não pára de chorar. Em nome das lágrimas reprimidas. E das trocadas por gargalhadas histriónicas.