Acabada de chegar a Lisboa,
a infanta de Câmara de Lobos rende-se à cor do céu. O azul mais bonito de todos
os que viu. Imaculado. Sem sinal de nuvens. Sem ruído visual. Passa uma brisa suave.
Ligeiramente fria. Ligeiramente seca.
Diferente da humidade morna a que está habituada. Em gesto de reconhecimento,
inspira e expira profundamente. Uma, outra e outra vez. Grata pela frescura da
nova atmosfera. “Respira-se melhor na capital.”, constata mentalmente. Com
aquele sorriso tolo de quem chega a uma cidade pela primeira vez. Está feliz. Estão
ambos felizes. Despachadas as malas, seguem de táxi até o t2 alugado para os
lados de Benfica. A segunda circular parece-lhes infinita. A ela, que se estreia a passar. A ele, que já não passa há algum tempo. Vão de mãos dadas. E carregados de sonhos.