Entra no avião apreensiva.
Encontra o lugar e aquieta-se num pranto desvairado. Uma vez mais, tese e
antítese dela própria. As lágrimas escorrem-lhe, impacientes, pelo rosto.
Caem-lhe no colo enquanto afagam, ao mesmo tempo, os medos e as mágoas que
embala. Afinal, deixa na ilha a menina que foi. E segue ao encontro da mulher,
ainda incógnita, que há-de ser.
Miguel dá-lhe a mão. Olha-a nos olhos e, sem palavras, diz-lhe que não tenha medo. E
diz-lhe mais. Diz-lhe do amor sem tamanho de tão grande que sente por ela.
Também sem palavras, Maria do Mar agradece o gesto. E diz-lhe do amor sem
tamanho de tão grande que sente por ele. É quanto basta. Ambos têm a benção do
Universo. E a certeza de que vão na direcção certa. Porque quando o amor tem este tamanho não sobra espaço para dúvidas.
2 comments:
Continuo a apreciar as cronicas graciosas que relevam o talento, a sensibilidade e o estilo impares da autora. Parabens. Bjs TÓ
:) Muito obrigada, Tó. Beijinho com saudades
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