O tempo segue em passadas galopantes. ‘De repente, não
mais que de repente’, como diz o poeta, Maria do Mar está na capital há três
anos.
Ainda ontem, era menina e moça. Tal como Lisboa. Hoje é
mulher. Tal como Lisboa. Cresceram juntas. Uma a descobrir. Outra a revelar-se.
O fado, a luz das manhãs e das tardes, o Tejo, o cheiro das vielas, a sardinha
assada, a solidão, a mistura de gentes, o Bairro Alto, o frenesim da cidade, a
saudade.
A gaiata de outrora já pouco guarda do que trazia. O
horizonte é outro. Ou talvez o mesmo mas visto de outros ângulos. Por outros
olhos. Que são os mesmos, mas vêem diferente.
Também o amor muda de configuração. Uns sonhos despertam
para o quotidiano. Outros mostram-se sem fundamento. Apenas alguns, poucos,
sobrevivem.
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