Só agora repara. São cavalos marinhos! Cavalos marinhos a
três dimensões feitos de sucata de cobre. Enormes. Coloridos. Imponentes. Suspensos
por um fio que os faz mover ligeiramente, criando o efeito de coreografia. E a cada movimento,
consoante a incidência de luz, vão assumindo as cores uns dos outros. Tal como
os verdadeiros, mimetizam. Um festim para os olhos.
Maria do Mar está encantada. Não apenas pelo que vê, que
por si só é tanto. Mas pelo significado (oculto) dos signos escolhidos por Miguel. A sua
paixão por cavalos marinhos vem dos tempos de gaiata. De quando se esgueirava
mar adentro à procura deles. Porque os vira num documentário e se perdera de
fascínio.
Agora percebe o secretismo. Há meses que lhe era interdita
a entrada no atelier. Uma surpresa. E que surpresa… Explica tanto mais que
todas as palavras que têm sido ditas, juntando às outras que têm ficado por
dizer.
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