Monday, July 02, 2012




Trémula e sem saber o que dizer, dirige-se aos dois interlocutores. Ao ouvirem passos, calam-se ambos. Olham-na, curiosos. Ao deparar-se com eles, o receio da ainda menina de Câmara de Lobos cai por terra. No lugar dele fica o embaraço. Pelos disparates que lhe passaram pela cabeça. Pela ousadia de ter ido até ali. As palavras escapam-se-lhe. Ao Miguel também. O constrangimento de um e de outro faz ruído no silêncio. 
A visitante decide aligeirar a tensão.  Atalha por uma espécie de cumprimento: “Boa noite. Eu sou a Benvinda. Apesar de não ter vindo em hora oportuna. Peço desculpa por invadir o vosso jantar romântico. Mas o assunto que me trouxe não podia esperar. Já estou de saída.” E, de sorriso conciliador, faz saber: “Um dia destes quero conhecê-la. Maria do Mar, não é? O meu filho tem falado de si…” 
Fica a lição. Nem sempre o fumo é indício de fogo.

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