Friday, March 30, 2007

Deixa-me ser eu

Não me faças dizer o que queres ouvir. Deixa-me falar as palavras que sinto. Ou sentir as palavras que falo. Dá espaço à minha autenticidade. Não me apetece ir por este ou aquele caminho simplesmente porque me levas pela mão. Preciso descobrir a direcção que me apetece seguir. Tenho de encontrá-la no meu coração. Entendes?
Não pretendo ser o objecto dos teus sonhos e dos meus pesadelos. Quero perceber se os teus sonhos caminham ao lado dos meus. Se coincidem. Ou colidem. E até que ponto podemos geri-los. Sem constrangimento nem dor para nenhuma das partes.
Desculpa a honestidade.
Preciso de tempo para assimilar o que se passa. Não vou dizer sim só para não te perder. E se digo sim e me perco eu? Tenho medo de descobrir um dia que sou uma personagem. Criada pelos teus caprichos. E os meus, onde ficam? Já pensaste que os oculto muitas vezes? Porque não sou capaz de ferir-te. E porque o amor que te sinto os torna quase dispensáveis. E até ridículos.
Não me faças erguer uma muralha à nossa volta. Ela pode ficar tão alta. E eu deixar de ver-te.

Friday, March 23, 2007

Que coisa!!!!!!

Eu não sou racista. Nem xenófoba. Mas já não suporto a abordagem das ciganas romenas. Parece uma peste. Alastra-se por tudo o que é sítio. A cada esquina por onde passo lá está um exemplar desta triste figura. Com ar andrajoso e ladaínha perturbante. Tal e qual uma hiena a chorar. Ou a rir. Nem sei bem. É tão enervante que em vez de me comover desperta-me raiva e aversão. Que Deus me perdoe. Mas é de facto o que sinto.
No metro, é raro o dia em que não entra uma com o recém-nascido (dela ou emprestado) a tiracolo e quase não descola. Para arredar não basta fazermos cara feia. Temos que dizer numa inflexão arrogante que não lhes vamos dar nada.
Também pelas ruas da baixa não é raro aquela que nos impinge pensos rápidos a pretexto de uma moeda. Com a reza habitual. Parece que frequentaram todas a mesma catequese. Sei lá.
Pior ainda, junto aos semáforos (onde aparecem normalmente aos pares) mandam-nos água com sabão para cima do pára-brisas. Para além de nos deixarem o automóvel gorduroso, ainda exigem pagamento pelo mau serviço prestado. Isto depois de termos explicado com as três letras que NÃO. Que não estávamos interessados na dita “lavagem”.
Às vezes, apetece bater-lhes. Até mais não.
Que povo mais sem orgulho! Não querendo estereotipar, obviamente.

Wednesday, March 21, 2007

Sinto que está na hora de esclarecer quem me visita. Os textos que aqui tenho nem sempre são o espelho da minha alma. Pelo menos, do estado de alma no momento que escrevo.
Nem sempre ilustro a realidade que estou a experienciar. Muitas vezes, assumo emoções “emprestadas”. Dos amigos, amigas e pessoas que vou conhecendo. Claro que não falo do que não sei. Claro que as lágrimas e os sorrisos de que falo também são ou foram meus. Em contextos idênticos ou distintos dos que aqui exponho.
Escrevo sempre na primeira pessoa. Assim comungo melhor da situação. Assim, visto-a plenamente. Assim ponho o coração nas palavras. Mas longe de mim ludibriar-vos. Nem sempre sou eu a despir-me...

Friday, March 16, 2007

Nunca mais escrevi. Escrever é confrontar-me comigo. Com as minhas “verdades”. Talvez por isso, não me tem apetecido escrever. Percebo pouco de psicanálise, mas a experiência diz-me que às vezes mais vale deixar as emoções sossegadas. No canto delas. Não digo adormecidas. Mas arrumadas. Assim, umas não interferem nas outras...

Tuesday, March 06, 2007

Não deixes morrer o amor-perfeito

Tenho uma coisa para dizer-te. A minha plantinha não é sintética, amor. Tal como a tua, precisa de cuidados regulares. Se te esqueces disso, ela sucumbe.
Por estes dias, não a tens regado. Ela está sedenta. Nem a tens mimado. Ela está desnorteada. Não tens olhado para ela. Está moribunda.