Tuesday, October 28, 2014


O tempo segue em passadas galopantes. ‘De repente, não mais que de repente’, como diz o poeta, Maria do Mar está na capital há três anos.
Ainda ontem, era menina e moça. Tal como Lisboa. Hoje é mulher. Tal como Lisboa. Cresceram juntas. Uma a descobrir. Outra a revelar-se. O fado, a luz das manhãs e das tardes, o Tejo, o cheiro das vielas, a sardinha assada, a solidão, a mistura de gentes, o Bairro Alto, o frenesim da cidade, a saudade.
A gaiata de outrora já pouco guarda do que trazia. O horizonte é outro. Ou talvez o mesmo mas visto de outros ângulos. Por outros olhos. Que são os mesmos, mas vêem diferente.
Também o amor muda de configuração. Uns sonhos despertam para o quotidiano. Outros mostram-se sem fundamento. Apenas alguns, poucos, sobrevivem.

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