Por vezes, a maior parte das vezes, a dor tem de ser
sentida. Não há como contornar. Podemos adiá-la, adormentá-la ou mascará-la.
Mas ela continua lá. Até ser sentida, não passa.
Maria do Mar sabe que está na hora de a confrontar. Estende-lhe
os braços e recebe-a. De peito aberto. Sem medo da impiedade que chega.
Do lado de fora da janela, o céu mostra-se solidário. Não
pára de chorar. Em nome das lágrimas reprimidas. E das trocadas por gargalhadas
histriónicas.
No comments:
Post a Comment