Sunday, July 18, 2010

A verdade

De máscara de argila no rosto, trazia o coração em sobressalto de mais uma noite de amor clandestino.
- Posso entrar, filho?
- Sim.
- Que se passa contigo? Já não me contas nada! Nunca paras em casa. Por onde andas o tempo todo? Já não estou a achar piada nenhuma a estas ausências. Das duas, uma: ou andas na droga ou estás metido com uma mulher mais velha... Diz a verdade à mãe.
- Eu sou gay.
- O quê?! És capaz de responder ao que te pergunto?
Sai porta fora, sem ousar confirmar o que acaba de ouvir. Uns minutos depois, o pai bate-lhe à porta do quarto e, sem esperar por consentimento, entra.
- Há coisas que não se dizem, filho! Precisas que te carregue o telemóvel?
De saída, entre incrédulo e enojado:
- Mas como é que soubeste? Como é que vocês fazem?l
Passados três ou quatro segundos de interminável silêncio:
- Não me contes. Não quero saber... Ah, ainda tens dinheiro na conta?

1 comment:

Unknown said...

lolololol

Adorei!!!!!!!!!

beijo