Friday, December 09, 2011

O tempo passa. Sem considerar o que  apanha pelo caminho. A gente nasce, cresce, envelhece. E morre. Maria do Mar também existe dentro do tempo que passa. Não é já a menina do início da história. É uma mulher. Feita daquela menina franzina e de outras que vivem nela. Tem dezanove anos agora. Está a concluir o secundário e trabalha numa loja de pronto a vestir. Quem a viu, quem a vê e quem terá a sorte de vê-la daqui a uns anos! Feito o luto amoroso, o custo de oportunidade é este: uma pessoa mais forte, mais determinada, mais ambiciosa. Afinal de contas, crescer é perder umas coisas e ganhar outras tantas. 
António deixou de estar no horizonte dela. Apesar de ter tentado recuperar o que deitara a perder. De rabinho entre as pernas. Profundamente arrependido. Deveras apaixonado. Mas o tempo passa. E porque o tempo passa, a oportunidade já não lhe pertence. Quando o amor vira desamor não há nada a fazer. Há circunstâncias que não têm volta. Afinal, “o caminho faz-se caminhando.”


2 comments:

António Gallobar - Ensaios Poéticos said...

Fantastico texto, parabens. Dá gosto de ler a sua escrita

gracices said...

Muito obrigada, António. Dá gosto um retorno destes! :) Beijinho